terça-feira, 7 de abril de 2015

Schal



Curiosamente, talvez por acidente, esbarrei em você
De cabelo solto, de vento no rosto, eu fui perceber

Curiosamente, quando conversamos, eu me encantei
Eram os mesmos gostos, que em sorrisos, eu me afoguei

Falamos de sonhos, do que uma menina queria ser
De religião, desaprovação, do não entender

Mas dos animais, quando nos achamos, foi de derreter
Das convicções e dos ideais e do querer ser

Do não precisar e do aguentar, quando frio está, o nosso viver
Das desconfianças e das tais lembranças que nos fazem crer

Falamos de tudo que era permitido sem fazermos sons
De quem longe está, de quem confiar, dos amigos bons

Mas o curioso, foi no descobrir e no conhecer
No talvez olhar, no se encantar, no reconhecer

E que essa historia evolua pelos laços bons com o nó fiel
Que não se desfaça com o velho tempo a cumprir seu papel

E que te veja em breve para então dizer o que é real
Onde com um abraço e com riso fácil haja um sentimento que não seja mal



Shell

Relógio do Tempo




As vezes atrasa 
Adianta e já passa
O relógio desatento

Curioso se passa
Em intervalos perpassa
Nas malícias do tempo

Entrelacei-a as vidas
De pessoas que um dia
Se perderam com o vento

De noites à beira mar
De céus a desabar
Helicópteros descarregam o momento 

E o que se fica a pensar
Sem ninguém a falar
Fica o silêncio a contento 

Na esperança a achar 
Que o silêncio a ficar
Se desvia com o tempo

Que a chance a ousar
Na oportunidade certa está 
Nas artimanhas do vento

Nas noites mais sedutoras
Em que o segundo que voa
Se cala no beijo...
Que sela o momento...



Shell