domingo, 24 de maio de 2009

Ser...


Talvez não tão propicio ao comum, talvez não tão cotidiano quanto deveria, talvez... talvez. De qualquer forma, ser comum é muito cansativo e demasiadamente sem graça, pertencer ao padrão de esteticidade perfeita, ou mesmo de mentes super brilhantes, com suas vidas abusivamente sensacionais nunca fez o meu forte.
Sou mais um cara simples, calado, observador. Que fala bobagens para ver reações, que finge-se de bobo para ver o quão grande pode ser o ego de alguém. Um cara que gosta de ver como pensam, agem e são hipócritas as pessoas. Um cara que gosta de falar dele na 3ª pessoa, que não se considera importante, como de fato não quer ser. Alguém que gosta de burlar padrões e regras, que analisa, reflete e guarda suas opiniões pra si, pois nem sempre todos desejam saber o que se pensa. Alguém fascinado pelo passado, por costumes, tradições, medos, dubialidades, amor...
Alguém que na realidade é ninguém, e que assim prefere estar, pois não gosta de ser o centro das atenções, prefere deixar isso aos verdadeiros “palhaços de picadeiro”, se me permitem a brincadeira. Alguém, um cara ou ninguém, que gosta de ficar calado observando serenamente a metamorfose ambulante que somos, as diversas ilhas que cada pessoa permite-se ser, a força que todo silencio, que toda frase não dita possui, a fé cega que todos temos em nós mesmos...
Não sou um cara de show, um dançarino, um Dom Juan. Sou um cara de barzinho, da madrugado no meu quarto, do arranhar do meu violão, das letras que invadem minha alma, dos sorrisos arrancados nos mais simples gestos, das lágrimas secretas. Um cara pessimista, incrédulo em algumas verdades, irritantemente pacato...

Entender que sou já pareceu algo impossível, hoje apenas parece improvável.




Shell

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