segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Fenecer



E nas entrelinhas dos sentimentos que fui incapaz de perceber. Estava ela, escondida, tão sedutora a minha espera e sem dar-me conta, permite-me a rendição por completo...
Ela possuiu-me por um todo, como um fraco, nem fiz menção do que poderia significar resistência. Apenas segurei em sua mão e fui.
Fui ao caminhar nas noites enluaradas, no vento que tocava o rosto, no caminhar noturno, na areia da praia, no sentar-se e apenas observar o ir e vir das ondas...
Coincidentemente talvez, senti-me o mar, indo e vindo em pensamentos.
E na distração ela sempre chegava com aquele abraço faceiro, que chega sem fazer barulho, no sussurro do vento. Nem mesmo sei como ela sempre encontrava-me, como sempre possuía-me por completo, tomando conta do meu corpo e pensamentos.
Após certo tempo, observei que a lua era substituída pelo sol, o vento frio pelo calor e minha distração por pensamentos contundentes...
Achei-me por hora no direito de abdicar da companhia dela, mas ela fez-se de desentendida e pressupôs-se a achar que de fato tornara-me um ser de sua exclusividade...
Confesso que submeti-me a tal compartilhamento de idéias, mas as ondas vêm e vão...
Subverti-me no atrapalhar dos pensamentos submeter-me a separação. Confesso com consternação que ainda não obtive êxito na eloqüência dos meus argumentos para tanto...
Mas por hora, já não tenho mais a sua companhia eminente. De um condizente casamento, tenho hoje apenas uma companhia, que apenas faz-se presente nos meus momentos de distração e frustração...

Pois a mim já não cabe mais a companhia dessa chamada SOLIDÃO.


Shell

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