quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ironia




Ironia(Crônica)

Talvez esta seja uma das palavras mais camaleônicas, variando facilmente entre os contextos e pessoas.

Recentemente recebi a proposta de uma bolsa de estudos. Achei genial, mas as coisas pra mim não costumam ser as mais simples. Já esperava alguma provável surpresa...
Recentemente também estava terminando de ler “Honoráveis bandidos” e “O Príncipe”. Ambos os livros retratam os passos e atitudes do excelentíssimo senhor “Sarney”.
Com estes dados mencionados você certamente já deve ter feito as devidas analogias, principalmente se é maranhense...
Exato meu amigo! A bolsa de estudos era pra universidade do Sarney. Pra ser bem sincero, não sei se é dele exatamente, mas, o nome “Biblioteca Presidente José Sarney” é muito sugestivo. Enfim, fui ao encalço dessa tal bolsa. Certas oportunidades valem à pena arriscar, principalmente quando se tem planos em mente...
Caros leitores, juro! Pensei que tratava-se de um shopping. Ao entrar vi todas aquelas moças e rapazes “mega” produzidos e arrumados. Fiquei por horas olhando pra cara de algumas garotas imaginando elas com a cara nos livros, estudando preocupadas com uma possível prova. Naquela tarde meus neurônios foram perdidos em vão.
Contudo algo não se pode negar, é uma infraestrutura invejável. Bem melhor que as federais e a estadual. No entanto, bem longe de aparentar um ambiente estudantil. Senti repulsa por estar naquele local com tanta futilidade a transbordar, mas fazer o que era uma bolsa de estudos. Continuei a peregrinar naquele ambiente hostil.
Ao chegar à sala de esperas percebi o real e derradeiro significado da ironia. Na moldura em um quadro a frase do Ruy Barbosa: “Fora da lei não há salvação”. Sarney definitivamente é um gênio. Ao lado, em outro quadro pra fechar com chave de ouro a honorável frase do bilionário Bill Gates: “Faça certo da primeira vez”. Refleti durante vários dias diante desses dizeres.
Enfim chegou a minha vez, depois de hoooooo...ooras de espera. Senhores e senhoritas, poucas vezes na minha precoce vida me deparei com algo TÃO burocrático... Tive que voltar em minha humilde residência duas vezes na mesma tarde no encalço de documentos e mais documentos, revirei tumbas para achá-los. Acabei por descobri que ainda não tinha a tal bolsa em mãos, eu teria que passar por uma “entrevista documentada” para então saber se poderia ser aprovado.
Caros leitores, na universidade do Sarney a verdade nunca é o caminho mais fácil e rápido. Isso mesmo meus amigos. Fui honesto... Como consequência tive que voltar mais 4 dias consecutivos nesta batalha burocrática.
Depois de uma exaustiva semana, aparentemente consegui a tal vaga, mas sabem amigos fiquei a me perguntar:
Seria pura ironia eu estudar na faculdade do Sarney?
Seria pura ironia meu estilo mal trapilho e mendigo em um ambiente tão estilisticamente correto?
Ou será que isso tudo não passa de puro preconceito meu?
Talvez por medo de ser, de alguma forma, influenciado por esse mundinho que eu tanto menosprezo. De qualquer forma tenho meus registros guardados neste blog pra lembrar-me quem sou...

Que o mosquito da corrupção e futilidade tenha alergia ao meu repelente. Composto por princípios e valores.


Ass: Cordeiro

sábado, 24 de julho de 2010

Perdoe-me




Perdoe este meu ceticismo...

Perdoe esta minha incredulidade em algumas pessoas e suas crenças.
Perdoe-me se a meu ver herói são aqueles que sobrevivem com um salário e mais três filhos. Sobrevivem de forma HONESTA.
Perdoe-me se pra mim santidade esta nas pessoas que realizam seus projetos sociais sem visar o lucro. No intuito único e exclusivo de ajudar.
Perdoe-me se eu não sou de acordo com essa sua hipócrita e cara de pau religião.
Perdoe-me se tento ver alem do que os meus cansados e falhos olhos podem ver.
Perdoe-me se acredito mais em suas atitudes e menos em suas palavras.
Perdoe-me se não acredito em suas mentiras no horário eleitoral; se eu não acreditar nas suas juras de amor eterno.
Perdoe-me por não corresponder as suas expectativas amorosas, sociais, estéticas e financeiras.
Perdoe-me por minha vida boêmia, por meus poemas horrendos, por minha barba mal feita, por minha falta de estilo, por não ligar pra “modinhas”, por não me importar com marcas, por ter determinadas convicções...

Enfim, perdoe-me pois, em meu sarcasmo absoluto, jamais conseguiria viver sem este almejado perdão seu...


Shell

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reflexão




Relevantes são as contravenções ocorrentes em noites cujo álcool e batida animada sintetizam seres humanos mais carnívoros e instintivos.
Talvez justifique a ânsia, por aqueles, aparentemente mais sedutores e convenientes. Um ser de biótipo franzino dificilmente teria vez em tal ambiente, pois enquadra-se na realidade daquele que deve ser olhado mais de uma vez, com olhos mais minuciosos, para então ser julgado com atrativo aos desejos alheios. Um alguém desta natureza não seria aquele de agradar-se com o olhar fulminante e enlouquecedor, mas certamente seria aquele da conversa a dois. Do conteúdo existente em uma conversa, trivial que seja, onde se tivesse que dizer mais que um: “oi gata”. Mas infelizmente esta não foi à realidade dessa noite. E alguns seres continuam por ai.

Despercebidamente existentes na calada da noite.



Shell

Tardio amor



As madrugadas já não são tão solitárias. Tenho papel, tinta e uma imaginação fértil a me fazerem companhia.

Na sua ausência, é o que me resta.

Através de minhas novas companhias posso escrever-te e dedicar-te minha ânsia em conhecê-la...



Meu atrasado...

E tardio amor...



Shell

domingo, 18 de julho de 2010

Delírios cognitivos




De que vale frases inovadoras se o sentimento ainda é o mesmo, se os pensamentos ainda percorrem o tempo de forma que a essência apenas absorve novos casulos...



Shell

{...}




Queria às vezes poder te ligar e dizer um oi, saber de você como um cara qualquer. Mas infelizmente as coisas não são tão simples.
Só de imaginar como você reagiria. Bem, poderia fazer dessa inocente ligação algo bastante humilhante.
Então ficamos assim. Sem causar mais problemas as linhas telefônicas.



Shell

Boa noite




É hora de jogar fora o que sobrou.

Te esperei a noite toda.

O jantar esfriou.

Já estou cansado e preciso ir dormir, onde estiver, tenha uma boa noite.



P.S: Não deixarei a lâmpada do abajur acesa, se quiser acenda você mesma.


Shell

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Nós




Completamente insolúveis e indigestos. Quanto mais se aproximam, mais desejamos fugir. É inevitável.
Temos essa forma de agir e vagar pelo mundo, solitários ao nosso modo. Preferimos assim, a atinência de pensamentos, as certas incertezas. Tão inconstantes e predominantes em nossos pensamentos que acabamos por ser os donos de nossa asfixia.

Letais a nós...
Letais ao mundo...

Mas por favor, peço que não nos julguem. Não nos condenem.
Temos nossos horizontes poéticos demais...

Imaginamos coisas inimagináveis por essa conspiração de viver sem enxergar o que está além.
Escrevemos muitas vezes para nós. Para nossa compreensão mútua. Em nossas entrelinhas apenas nós nos deciframos, mas infelizmente não podemos nos completar. Não faz parte de nós.
A verdade é que temos medo. Sempre fugimos. O quão covarde ainda teremos de ser para demonstrar que a nossa autossuficiência é falha?
Eu não sei, talvez nem você. Enquanto isso vamos vivendo convictos em nossas incertezas, incredulidades e principalmente, em nossa forma de julgar o que melhor nos convém.


Shell

Se eu disser




Se eu disser que "te amo"
Muitos entenderiam errado
Mas não você
Saberia exatamente a sinceridade do meu sentimento
Do meu penar, da ânsia em tê-la ao meu lado
E talvez, quando alguém dispusesse-se a enxergar
O que vai além dessa simples expressão
Compreenderia também o meu sentimento
Pois não posso resumir o que és pra mim com frases bonitas
Palavras românticas e discursos simplórios
Mas posso me fazer valer em clichês sinceros,
Em textos que não dizem ao mundo muita coisa,
Mas dizem o que é preciso a você.
A saudade que se acumula e transborda
Faz morada em mim e
Certamente
Em você também...


Shell

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ex amor




Hoje me pego pensando nas diversas possibilidades. De como seria, o hoje, se eu tivesse tomado decisões contrárias. Enfim, se tivesse sido menos covarde e mais compreensivo com o que sentir.
Às vezes fico a imaginar voltando pra você, como seriamos felizes, como tudo poderia ser diferente. Mas sei que isso é pura suposição da minha fértil imaginação. Infelizmente o nosso tempo já passou, embora eu o queira de volta muitas vezes, não da mais...
Agora a mim só cabe, conter o meu ciúme e ser o mais sincero possível caso um provável pretendente seu queira saber por mim como és.
Manterei-me em apenas sinceridade, prometo. Direi o quanto és maravilhosa, gentil, educada, inteligente, esforçada e assim como eu, completamente atrapalhada nesse jogo do amor...
Devo ser o cara mais contraditório deste quarteirão, ou simplesmente dessa casa, ou desse quarto. Não posso me comparar ao mundo, não sei deles... Sei apenas de mim. Sei que às vezes só quero o teu abraço, o teu carinho, mas às vezes não. Há momentos que a sua ausência é gritante, mas também há momentos que só a minha solidão me conforta.
Enfim, me conheces muito bem. Sabe o quão estranho e louco eu sou. Sei que hoje está feliz em companhias novas, ou em sua autossuficiência. E eu, tenho que parar de imaginar tantos se, talvez, quem sabe, se fosse diferente... Foi maravilhoso e me deixa saudade, me deixa sem explicação, sem argumentos. Acho até melhor assim, nunca fui de explicar-me muito, quando errado apenas me calo e escuto... Nossa, quanta bronca já ouvi desse sofrível coração aqui...
Mas você já deve saber de tudo isso, meu pseudônimo sempre deixa transparecer em seus textos dedicados a você no subliminar. Mas dessa vez, dedico-te este texto sem pseudônimos, sem muitas explicações.
Dedico a quem já senti algo bastante forte e que hoje posso chamar carinhosamente de...

Ex amor.


Ass: Michel Cordeiro

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Prolixo




Pensamentos difusos hoje conspiram ao te ver
Sem doces explicações, sem ao menos um por que
Fantasias são tão reais que até parecem fazer sentido
Mas quando a luz se apaga é só mais um corpo frio e sem abrigo

Que não sabe mais o que fazer sem ter você aqui
Que não aguenta mais tantas noites em claro imaginando como seria o teu abraço

Que só quer ter você aqui
Que só quer ter você aqui

Quantas verdades já viraram mentira
Quantas certezas do que fazer
Olho em teu rosto o refúgio que um dia
Imaginei que pudesse ter, mas...

O tempo te leva pra longe daqui
O tempo te leva pra longe de mim...

Me perco hoje em meus pensamentos
Me encontro imaginando os teus
Respondendo com meu triste olhar
Que o meu destino a muito já é teu

Eu me perco em teu intenso olhar, ao imaginar o calor do teu beijo
A desejar o abraço que ameniza tanto o desejo de te ter hoje aqui

De te ter sempre mais perto de mim



Sei que não é só de sonhos que se vive um grande amor
Sei que só a minha imaginação não vai trazer-me o teu calor
Mas todas as vezes que a noite chegar
A lua trará o teu sorriso pra mais perto de mim...

Shell

Hoje





(música)
Hoje me pego por horas a fitar o teu sorriso
A sonhar com o teu abraço, pensamentos sem juízo

Hoje eu paro por horas decifrando o teu olhar
Imaginando um caminho onde eu pudesse me encontrar

Em ti...

Hoje me sinto disposto a caminhar por horas, a atravessar cidades
A soterrar de vez em meu peito a angustia e a saudade

Hoje eu nem preciso do sol, me basta o dourado dos teus cabelos
Hoje a lua tardia, perdeu pro meu intenso desejo

O de te ter aqui...

Que o hoje não se acabe, ou que me leve pra mais perto de ti
E que me dê este sorriso que faz eu te encontrar em mim

E que hoje eu ao menos chegue perto do que um dia você sonhou
E que em meus acordes e versos o silêncio se preencha com um beijo de amor.


Shell

quinta-feira, 8 de julho de 2010

01:25




O jogo do amor é peculiar, a atração momentânea da magia inicial faz tudo parecer especial, sagrado ou simplesmente perfeito.
O racional pouco se mete, o sentimento flui...
Enquanto tudo fica ao imaginário, não há imperfeições. As coisas mais sutis são incomparavelmente fantásticas...
Mediante aos fatos, prefiro ser o alguém da segunda ou terceira vista. Não quero soar perfeição, muito menos imaginá-la em alguém, pois não passará de ilusão...
Quero o descobrir e envolver-me pelos defeitos, admiti-los em mim se possível. Não quero que seja eterno, nem mágico... Sem fantasias.

Quero as coisas mais simples... O sorriso, o abraço, o conversar e compreender.
Ainda que tais realidades soem tão arrogantes e pretensiosas, as quero.
Não vivo em função de encontrar um alguém, vivo em função de viver, encontrar este alguém é pura consequência de uma longa caminhada...

Tentarei não confundir os sorrisos, nem os abraços... Estes se perdem e disfarçam-se em cada contexto, são aquilo que queremos que sejam, na hora que queremos... Quando a névoa esvai-se, mostram a sua realidade.

Não desejo fazer sentido, nexo, ter coesão ou coerência...

Sou como este texto, sem sentido, sem conexões...
Solto, vago, absorto...

Sei que pareço louco às vezes, falo coisas sem motivo, acho graça de coisas que as demais pessoas não achariam. Sinto-me estranho às vezes, como se não pudesse ser compreendido, como se estivesse em um mundo de pessoas iguais entre si, diferentes de mim... Acho que muitas pessoas sentem-se assim, tem seu lado sombrio e solitário, reservado a sua introspectividade, a sua contradição.


Sinto-me diferente na fila do ônibus, na noite, na festa, em companhias diferentes...

Estaria lúcido ou completamente louco?

Vivo a frente do meu tempo ou em um regresso infinito?

Imagino-me no passado, como um trovador ou ultrarromântico. Sinto-me assim quando penso no amor, gosto de sentir-me assim, lutando por uma busca perdida. Desafiando os padrões de normalidade e conceitos...



É madrugada aqui, 01:25 mais precisamente. Preciso acordar cedo...
Foi bom drenar um pouco tantos pensamentos simultâneos...

É hora de dar vazão a estes pensamentos em forma de sonhos, minha imaginação fértil é uma grande aliada na construção dos planos, na conquista dos meus objetivos.

Aqui me basta...


Shell