sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
A dor
E eu que achava-me curado de tudo
As lágrimas já secadas nos versos derramados
Mas te vejo e tudo volta como se a sua ausência fosse nada
Sufoco-me em pensar que o que sinto ainda tem tamanha proporção
O que sinto ainda é forte, ilusório, nostálgico
Receio nunca encontrar cura para tal doença
Nem tratamento para tanto sofrimento...
Nem mesmo variando a dor com outros pares consegui esquecer-te
E o pior que não fazes idéia de tudo isso
Ao contrario, estás feliz, estás em companhia de quem te ama
Outro dia peguei-me ao longe, recordando em sua felicidade o que nunca vivi com você
Fiquei feliz
Fiquei sim, juro. O sorriso que vi, jamais havia dado em minha presença
O que comprova que ele te faz bem e isso é o que importa
Nem consigo mais imaginar-me ao teu lado
No máximo, consigo lamentar-me por não te ter
E é isso, é esse o sentimento que tenho hoje
Lamentações pelo que não foi e nunca será
O estranho é que sempre tremerei ao te ver
Sempre congelaria e sorrirei com o vento a cada nova foto retratando fases da tua vida
Onde por sinal eu não estou
Não faço parte, nem como figurante, nem como peça principal
E você nem faz idéia de tudo isso, que platônico
Quase infantil, inocente e bobo.
Shell
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