sexta-feira, 17 de abril de 2009

Abdicar dos sonhos


A pergunta mais crucial que já resolvi... Enquanto pensava e me decidia por abrir mão de todo o meu sentimento, as lágrimas corriam por minha face, prolongando-se em meu rosto à medida que digitava cada palavra, onde cada letra parecia uma estaca sendo martelada em meu peito.

Abrir mão do meu mais belo sonho e desejo, visando apenas a sucesso e a felicidade dela. Naquele momento em diante, as lágrimas transpassavam em meu rosto inquietamente, e em silêncio com olhos fechados, assistia de camarote toda a trajetória desse amor, todos os momentos. Amor esse tão utópico, que pra muitos seria algo completamente inaceitável, como gostar de alguém que nunca tocou? Que nunca sentiu o sabor dos lábios ou o calor do corpo? E a estes respondo. O amor não se resume no beijo, é algo tão complexo e tão extenso que se torna até fútil se resumido em palavras, mas para aqueles que não entendem tal sentimento vos digo, o amor é abdicar do seu sonho para felicidade do outro, é ser capaz de fazer loucuras, só por um pouco de atenção...

Enquanto refletia tudo isso, descobri que ela nunca percebeu a imensidão do meu sentimento, e insistentemente as lágrimas rolavam e rolavam. Diante de suas perguntas, não sabia mais nem o que responder. Foi quando ela novamente me levou a cruz, e perguntou como seria, e eu, senti a dor de cada letra, seremos apenas A-M-I-G-O-S. Já sem mais o que acrescentar, fiz um pedido, escutar a sua voz naquele exato momento, enxuguei as lágrimas e tentei disfarçar, infelizmente não consegui, as lágrimas correram enquanto conversamos, e no meu silêncio ela não percebia o quanto “eu a amo”.

Deitei-me na cama e comecei a ler as cartas que ela me escrevera, li e reli várias vezes, naquela madrugada que parecia não ter fim, debaixo daquelas lágrimas que pareciam não acabar. Senti-me como um soldado de guerra ferido, que rastejava por entre as trincheiras, agonizando por esperança nos seus últimos momentos. E eu que me achava um romântico, percebi naquele momento que estava mais para um trovador, que cantarolava suas cantigas falando sobre o seu amor inalcançável. Percebi que teria que ser forte, e me submeti a usar uma máscara para ocultar todo o meu sofrimento, e principalmente para transparecer o quão forte pode ser um apaixonado. Fugindo dos problemas? De forma alguma, apenas tentando ser forte, não por mim, mas por ela.

Bem que poderiam ter me avisado, que nem sempre fazer o que é certo, é fazer o que e bom pra si.

“Um dia me disseram que as nuvens não eram feitas de algodão
Um dia me disseram que os ventos às vezes erram a direção

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem

Mas somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

E teremos...”
(Engenheiros do Hawaii)



Shell

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